quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Apolo vs. Afrodite

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Já houve tempos, pensou Apolo ao investir ritmadamente, em que dar uma queca ilícita numa Afrodite do século XXI na casa de banho era uma coisa excitante. Observou-a enquanto ela encostava as costas á parede preta de tinta escamada, comum gracioso pé apoiado na sanita manchada pela idade. O verniz das suas unhas era a única tinta imaculadamente aplicada em toda a casa de banho. Ela é requintadíssima. Não se pode negar. Era simplesmente a mais bonita das mulheres, a sua beleza enfeitiçava qualquer um. Os olhos (nova investida), o cabelo (nova investida), a boca (nova investida), a pele (nova investida), os seios (nova investida), as pernas (nova investida); não havia um único defeito no seu corpo. Embora isso não fosse um feito fabuloso vindo desta Afrodite. Afinal era a deusa da beleza. Mas mesmo assim pensava Apolo, apesar de ser tão sublime, tinha aquele ar de... bem... tédio? A verdade é que Apolo estava tão entediado com Afrodite que se sentia capaz de gritar. No entanto, o seu orgulho não aguentava o facto de ela poder sentir-se da mesma maneira.
- Pronto vou virar-me - anunciou Afrodite
- Está bem - respondeu Apolo
Pelo menos não ia ter de continuar a olhar para a expressão indiferente e passiva dela.
Afrodite separou-se dele e virou-se de cara para a parede. Arqueou as costas, exibindo as esferas perfeitas das sua nádegas e apoiou-se na parede com as mãos esguias e elegantes. Apolo voltou a entrar nela e continuou com as investidas. Olhando-lhe a nuca, com o cabelo de um negro brilhante descendo em caracóis pela encosta de alabastro que era os seus ombros, Apolo quase conseguia imaginar que estava a ter sexo com a Catherine Zeta Jones. Questionou-se se conseguiria convencer esta Afrodite a falar para ele em galês. Só para introduzir um elemento novo. Daria tudo por uma novidade.
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Apolo queria sair. Sair de Afrodite, daquela casa de banho, daquela casa, da sua vida.
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Estava Farto.
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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Bigode!

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Cá está, outra palavra que aparentemente não faz sentido, bi é um prefixo que significa duplo ou duas vezes, bigode faria sentido se fossem dois e se houvesse também um unigode! Alias devia mesmo era chamar-se Unigode porque normalmente é só um...
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Seja como for, Bigode vem dos tempos da Idade Média em que os Germanos usavam grandes e farfalhudos bigodes que eram no fundo a sua imagem de marca, passo a explicar, um dia Maria Eulália, surda do ouvido esquerdo desde pequena e cega do olho direito á cerca de duas semanas naquele verão quente de 573 d.C. ao passear-se pela alfama depois da sua compra de especiarias semanal a segunda desde que não via do olho direito, cruzou-se com um Germano fortíssimo com um bigode extraordinário, coisa que Maria Eulália nunca tinha visto e que a atraiu como as moscas se sentem atraídas daquelas coisas que fazem ZZzzzzztt quando as moscas chegam perto demais, este Germano encontrava-se de férias em Portugal exactamente ao mesmo tempo que Maria Eulália tinha perdido a vista direita, coincidências que ambos desconheciam. Este Germano passeava com uma excursão e estava tão admirado com as pequenas ruas de alfama que comentava com os seus amigos numa língua deveras estranha para Maria Eulália, e esta de todas as palavras proferidas só distinguiu a repetição crónica da palavra "By God!" que elucida o entusiasmo vivido por este Germano!
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Na cabeça de Maria Eulália, ficou associado pelo facial a By God - Bigode!
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Mais tarde quando ela conheceu Silvestre Jalapeno também ele com um proeminente bigode de reduzidas dimensões comparado com o Germano, esta historia sobre bigode foi a maneira que Maria Eulália arranjou para meter conversa.
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E desde então a historia pegou!
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Insónia!

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Insónia!
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Gosto de pensar na origem das palavras!
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Ora, acompanhem o meu raciocínio, "in" é um prefixo tipo indicativo estrangeiro de um número de telefone que temos de marcar quando queremos ligar para a nossa prima que fugiu para o Brasil e que nos liga nas alturas mais desapropriadas devido à diferença horária que ela ainda não compreendeu e que responde sempre: "Oi? Más aqui faiz Sou! né!" e rapidamente desistimos de explicar e encetamos uma conversa com fases de pleno sono, guardamos o número felizes por receber notícias mas ainda meios confusos por serem 4 da manhã e quando ligamos novamente numa outra data com cuidado para não serem 4 da manhã lá, uma delicadeza característica que me persegue desde pequeno como um rolo de papel higiénico que se prendeu no téni na casa de banho da bomba de gasolina da A9, invariavelmente do outro lado atende um brasileiro qualquer que nos diz: "Árô!?" e nós percebemos que não vamos conseguir contactar a prima.
Pronto, isto é um prefixo das Palavras, que designa negação, exemplo: infeliz ou inconstante.
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In-Sónia! há duas hipoteses, ou quer dizer que não somos a Sónia coisa que se confirma facilmente, ou Sono agora é Sónia e quer dizer que não temos Sono/Sónia.
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Acordei cedo, estou com uma Sónia!
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Bernardo Maria teve uma ideia, Agua Desidratada!
Abrir a Lata e Misturar com Agua!
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Brilhante!
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