A realidade é, que nos dias que correm todas as relações por mais superfíciais que sejam, independentemente de ser a relação com a mulher do talho ou até com a mulher polícia (sim, estou a falar de relações com mulheres, não, não digo mulheres digo relações com o sexo oposto no geral) todas elas se definem pela existência de um macho-alfa mesmo que este macho seja no fundo a mulher!
Eu, por exemplo, e por mais homofóbico que seja, nunca me intitularei macho-alfa traduzido facilmente pela sociedade moderna como "Gajo", intitulo-me macho-querido que feliz ou infelizmente nos dias que correm é sinónimo de insegurança e fragilidade, no fundo este título de macho-querido por muito pomposo, eloquente e até mesmo digno de orgulho que parece ser, não o é, é no fundo nos dias que correm traduzível numa palavra simples digna do século XXI e que já faz parte dos mais fiáveis dicionários de língua portuguesa, ou seja, "Gaja". A Moral da história é portanto muito simples, Eu sou uma Gaja.
Interrogo-me no entanto de uma questão pertinente, serei eu sempre a "Gaja" da relação ou alguma vez serei o "Gajo"?! Muito honestamente, não quero uma relação Gajo vs. Gaja nem a relação vice-versa. Quero uma relação em que me sinta Gaja e me sinta Gajo alias, correcção, quero uma relação que seja tão equivalente e funcional e ao mesmo tempo irracional e original que nem sequer vou pensar se existe um Gajo ou uma Gaja.
No fundo, eu que sempre me apresentei como anti-matrimónios homossexuais dou por mim aqui a monologar e a defender os mesmos, uma coisa é certa, se não dependesse do sexo dos indivíduos envolvidos mas da sua forma de estar e de pensar a dois, em pensar no mítico nós, sou sem sombra para dúvidas, apoiante efectivo de matrimónios homossexuais.
Estou como se diz na vernacular gíria portuguesa "a puxar a brasa à minha sardinha" e sim, depois de investir tudo e mais alguma coisa numa relação onde, literalmente, sempre me senti uma gaja e que tinha , literalmente mais uma vez, tudo para ser perfeito, estou agora disposto a seguir em frente e mais uma vez usando uma gíria portuguesa desta vez mais actual, "para a frente é que é Marrocos" (nunca quis ir a Marrocos mas acho esta expressão adequada).
Sinto-me mal? Desintegrado? Parvo? Incoerente? Errado? Não, sinto-me óptimo, como suponho que se diga nas sessões dos Alcoólicos Anónimos, admitir é o primeiro passo para conseguir seguir em frente na vida, curioso é que neste caso, não quero deixar de ser este hipotético alcoólico, quero é uma alcoólica comigo.
Felizmente ou infelizmente, eu sei que não sou o único assim, existem vários argumentos, aparentemente fortes, que fazem com que tudo isto faça sentido. Provavelmente não devia enumeralos assim com aparente desrespeito, até porque estes não são os únicos argumentos, mas a realidade é que o principal é ter amigos que pensam da mesma forma e que nas situações mais banais e nos fazem sentir normais. Por outro lado parece-me também importante mencionar que nos mais pequenos nadas se descobrem pequenos tesourinhos, neste caso nada deprimentes e bem pelo contrário bastante entusiasmantes, no denominado sexo oposto que nos fazem querer seguir para, o já referido, "Marrocos"...
Para eles, Obrigado.