quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Arquitectura e a Música são amantes.

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A Arquitectura e a Música são amantes.
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Para desalento da Matemática as suspeitas parecem confirmar-se. Partilham o mesmo leito, e para espanto não só da Matemática mas também de todos os irmãos da Música, fazem-no desde sempre. Johann Wolfgang von Goethe bem dizia que a Arquitectura é a Música petrificada. Ou, inversamente, que a Música é a Arquitectura sonora.
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É curiosa esta relação entre as duas artes. Igor Fyodorovich Stravinsky, autor da Sagração da Primavera, escreveu nas suas Crónicas da Minha Vida que não é possivel precisar melhor a sensação produzida pela música do que identificando-a com a que provoca em nós a contemplação do jogo das formas arquitectónicas; Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo pseudónimo de Le Corbusier disse que fazer Arquitectura é por em ordem. por o que em ordem? Função e Objecto, o que seria da primeira irmã e agora descoberta amante da Arquitectura, sem ordem; Christopher Wren celebre Arquitecto inglês que na sua puerícia ambicionava ser Astrónomo disse que a Arquitectura aponta para a eternidade. Nenhuma outra irmã deseja tanto eternidade como a Música só talvez o seu irmão mais novo, o Cinema; Adolf Loos, Arquitecto Checo precursor do Raumplan disse, que a Arquitectura provoca sentimentos no homem. Desta forma a tarefa do Arquitecto é fazer esses sentimentos mais precisos. A Matemática sente-se aqui deveras traída, porque ninguém procura e ambiciona mais a precisão do que ela e mesmo assim a Arquitectura e a Música são amantes; Siegfried Wagner, filho do grande Richard com o mesmo apelido e neto por parte da mãe de Franz Ritter von Liszt, hesitou muito tempo entre a Música a arte da família e a Arquitectura. Optou pela primeira e, a acreditar na falta de intemporalidade das suas óperas, talvez tenha cometido um erro grosseiro, ou não, optou bem, e a Arquitectura agradece. Ao contrário de Catherine Deneuve que disse que gostava de ter seguido Arquitectura se não fosse actriz. Ganha desta vez o sétimo filho.
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A Matemática eterna apaixonada e platónicamente amante da Arquitectura e ao mesmo tempo companheira fiel da Música e sua interprete cientifica, há longos anos que conhecia a relação incestuosa entre a Arquitectura e a Música. Foi compreensiva. Condescendente. Promiscua, até, no silêncio da denúncia.
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Quem sabe agora, com toda uma nova panóplia de personagens homossexuais e bissexuais e poligâmicas se estas não podem manter uma relação a três. Tirando assim a Matemática das ruas da amargura para um lar quente e organizado.
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Claro, os outros Irmãos, como a Dança, Pintura, Escultura, Teatro, Literatura e até o Cinema e a Fotografia, partilhariam com as ciências fundamentais, como a Física e a Química, o segredo deste adultério.
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base num texto de Rui Sousa Basto
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