segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Marcas dos Espaços

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Porque é que numa sociedade onde o pensamento é frequentemente individualista invés de altruísta. Porque, é que numa relação assim, existem pessoas que se preocupam com a aparência e marcas e estereótipos?! e que para umas coisas são independentes e muito cultos e sempre preparados para expor a sua sapiência, na sua ilusão de superioridade em relação a qualquer coisa, mas depois são tão incultos e insensíveis em outros temas?

Não é tão ou mais importante saber as marcas de um lugar? Não faz sentido essas mesmas pessoas darem importância a estarem e a existirem um espaço construído por algum arquitecto importante?

Não devia uma pessoa que visita o Centro Cultural de Belém projectado pelo Arquitecto Manuel Salgado, dar o mesmo valor a esse espaço que dá às suas calças Levis?!

Não devia uma pessoa que visita o Hotel do Bairro Alto onde as esculturas e candeeiros são quase todos do escultor Rui Chafes, dar o mesmo valor a esses objectos que dá aos seus Ténis Gola?!

Não devia uma pessoa que visita o bar "à Margem" em Belém projectado pelo Arquitecto Falcão de Campos, dar o mesmo valor a esse espaço que dá à sua pólo Ralph-Lauren?!

Não devia uma pessoa que visita o edifício da Reitoria da universidade Nova projectada por Manuel Aires Mateus, dar o mesmo valor que dá ao seu relógio Omega?

Não devia uma pessoa que visita a zona verde na Avenida da Ribeira das Naus com esculturas de Charters de Almeida, dar o mesmo valor que dá à sua mala Channel?!

Na minha opinião dá menos mas devia dar mais..
É por estar acessível a todos que perde o interesse?! Deve ser mas não devia ser..

Talvez ao visitarem a Casa da Musica por Rem Koolhas dêem o devido valor...
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3 comentários:

Anónimo disse...

A ideia de cidade pressupoe um habitar colectivo e pressupoe tb a consciencia do q é esse habitar. Habitar é conhecer uma cidade, compreende-la, vive-la, identificar-se com algumas das suas caracteristicas, perceber os seus problemas, pensar em eventuais soluçoes. Habitar é tanta coisa.. E desenganem-se as pessoas que pensam q o q as rodeia é indiferente. As pessoas não escolhem como são. São fruto dos caprichos da cidade que habitam. Quando eu era pequena achava que a cidade é que se adaptava ao meu quotidiano. A cidade e tudo à minha volta. A inconsciência da infancia faz-nos acreditar que o espaço e o tempo se moldam para nos acolher. É mentira e custa a acreditar. As pessoas deixam de ser pequenas quando descobrem que o espaço e o tempo não se moldam à sua medida. Algumas pessoas nunca descobrem. São as que n dao importancia à casa da musica, aos jardins da gulbenkian, à reitoria da faculdade nova e a tantas outras coisas..

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
lempicka disse...

Vês porque tenho saudades do meu Porto... pela casa da música, pela Miguel Bombarda, pelo sol que se põe na foz do rio Douro, pelo calçadão que tem um "não sei que" de leblon, pela Cordoaria... Tenho verdadeiramente saudades do meu Porto, coisas ás quais já não dava valor, por serem minhas diariamente, e agora me fazem tanta falta.