domingo, 24 de fevereiro de 2008

Eu!

A 14 de Outubro de 1982, às 8horas, nasce a minha pessoa...
Aqui denominada como Eduardo

Rapaz reservado mas dado em silêncio, nem sempre diz o que sente mas mesmo assim não deixa de sentir. É calado mas perspicaz. Prefere ouvir a falar mas mesmo assim gosta de ser ouvido. É envergonhado e calado quando não conhece mas divertido e activo quando conhece. Gosta de coisas simples como o silêncio ou a praia no Inverno. Gosta de encostar o ouvido e ouvir o coração bater. Como um voyeurista inconsciente, gosta de observar pessoas a dormir. Gosta de sentir o suor a escorrer pela face a baixo. Gosta do cheiro a relva cortada. Gosta da incessante inquietante e instável dança que as labaredas de fogo proporcionam. Gosta de ouvir o som de um piano. Em contrapartida, não gosta de comer com as mãos nem tolera o cheiro a gasolina não gosta de sítios cheios nem gosta de dar nas vistas mas mesmo assim gosta de ser visto. Prefere viajar em Portugal a viajar no estrangeiro. Gosta de azul. Não gosta de espaços curvos. Gosta de planos e rectas e linhas. Gosta de desenhar e pintar apesar de não o fazer regularmente. Gosta de trabalhos manuais. Não gosta de falar ao telemóvel. Gosta de tirar fotografias em Macro. Gosta de ir ao cinema embora o faço muito raramente. Gosta de ver filmes em casa. Não gosta de ver jogos de Futebol da Selecção Nacional. Não gosta de jogadores naturalizados. Não gosta de imigrantes apesar de perceber e saber que Portugal é um pais emigrante. Não é racista mas nacionalista. Gosta de Quentin Tarantino e Tim Burton. Gosta de Michael Knight. Gosta de camas grandes. Gosta de 80's. Não gosta de ir à neve apesar de nunca ter ido. Gosta de Roald Dahl. Gosta de ler apesar de não o fazer frequentemente. Gosta de ouvir música alto, muito alto. Gosta de conduzir devagar mas não gosta que os outros o façam. Gosta de bricolage. Não gosta de raparigas Toca e Foge apesar de ele próprio às vezes se achar um. Gosta de leggings. Gosta de sussurros. Gosta de beijos ao contrário e odeia beijos na testa. Gosta de comida italiana mas odeia marisco. Não gosta de peixe no forno mas gosta de peixe grelhado. Gosta de Pannacotta de Fragola e Cheesecake. Gosta de Vodka-RedBull. Gosta de estar sozinho mas não durante muito tempo. Uns dizem que é humilde, bom amigo, sincero e frontal outros dizem que é otário, bandlamburso e panasca. Não se refere a si próprio na terceira pessoa apesar de neste texto isso acontecer.

7 comentários:

Anónimo disse...

arroz,so serves pa acompanhar
micro ondas aqueces mas papas nada
NETENGATES!

Teixas disse...

Como amigo do eduardo, aprovo o texto , mas apresentam-se algumas incongruências que eu, semi-poeta um pouco menos mundano que o eduardo, considero gritantes neste pedacinho de auto-análise blogosferiano.
No início, o poeta, mergulhado numa humildade quase comovente, afirma ser calado, mas perspicaz. Um pouco como quem diz "pá, apesar de não ripostar, topo-te à milha" colocando assim o leitor, como se costuma dizer nas nossas paródias intelectuais, "em sentido".
Quanto a encostar o ouvido e ouvir o coração a bater, lembro-me apenas daquelas infindáveis tardes de abril primaveril mas tardiamente chuvoso, em que nos encostávamos um ao outro, a cantar músicas dos bee gees ao ritmo do coração. Belos tempos.
Quem não se rende aos encantos deste voyerista inconsciente, sempre apaixonado pela inquietante dança que as labaredas do forno proporcionam.. Um pouco como um kizomba progressivo ao som de tom jones, acompanhado pelo piano que tanto agrada ao eduardo. Por falar nisso, encontro um diamante no discurso do poeta que, depois de segregar sensibilidade ao falar do som do piano e do cheiro da relva, quando todos pensavam que o "mas" significava uma compensação um pouco mais máscula, nos confronta com factos ainda mais sensíveis, como a sua aversão à gordura nas mãos ou ao cheiro da gasolina. É desta forma, meus amigos, que o maior estereotipo do macho latino demonstra ao mundo que nem tudo o que parece é. Não é para todos.
Tenho ainda de me pronunciar acerca da tímida confissão do poeta sobre gostar de conduzir devagar. Parece ontem que o vi pela primeira no comando do seu antigo opel corsa, seguido pelo meu antigo honda civic. Lá ia o eduardo, bem devagar, quando, de facto, desejou que um peão andasse mais rápido, de maneira a não atropelar o indefeso opel corsa, forçado a travar apressadamente, para não ser totalmente destruído pelo fortíssimo peão que, feito parvo, andava muito devagar. São vidas. Diria mesmo quase mortes!
Para terminar, queria só sublinhar um último apelo do poeta contra a suposição errónea da sua heterossexualidade, quando assume que adora "Pannacotta de Fragola e Cheesecake".
Muito obrigado. Há muito que a blogosfera ansiava por este autoretrato do poeta mundano.

Z disse...

Também gosto de beijos ao contrário e abomino beijos na testa.

Unknown disse...

Tenho que fazer ainda um outro reparo que vem associado à heterosexualidade do Eduardo, poeta mudano, referido no comment anterior pelo poeta menos mudano, Teixas. Ora então, "Gosta de Quentin Tarantino e Tim Burton. Gosta de Michael Knight." e logo de seguida "Gosto de camas grandes" Não que não considero cada uma destas pessoas dignas de serem citadas mas, penso que uma Megan Fox no minimo caia-te bem!

Anónimo disse...

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Ana Cleto disse...

Muito bem para um poeta mundano, gostei muito do texto, muitas coisas não as teria escrito melhor e muitas outras o total oposto, mas gostos são gostos, eu até gosto do cheiro a gasolina. Mas como se pode saber que não se gosta de neve se nunca a experimentou? :P E teixas, bela análise :)

lempicka disse...

És o irmãozinho perdido da Amelie Poulain