terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quem não Arrisca, não Petisca!

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Quem não arrisca, não petisca,
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Na casa da Dona Albertina consumiam-se todo o tipo de refeições, era uma família grande e abastada e bastante comilona e não tinham vergonha disso, eles era pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar e ceia. A família era constituída por sete elementos, incluído ela própria, sua mãe, marido e quatro filhos, mas o pequeno Tomé, o filho mais novo, gostava mais de comer do qualquer outro membro da família, tinha um apetite insaciável e uma lata inacreditável. Sua mãe, doida por não perceber de onde vinha este apetite, por vezes até desconfiava se era mesmo o seu filho que tinha saído de dentro do seu útero e não um filho de outra mulher qualquer. Tomé, espertíssimo no que tocava a conseguir comida, arriscou alto e apostou no membro mais sisudo da família, a Avó, e disse-lhe um dia, “ó Vó, quero petiscar!” e esta estupefacta pela atitude de seu neto não fez mais nada do que ceder, desse dia em diante, Tomé, manipulava a sua avó constantemente, e conseguia petiscar sempre entre refeições, assim, as refeições de Tomé ao longo do dia, eram, petisco, pequeno-almoço, petisco, almoço, petisco, lanche, petisco, jantar, petisco, ceia, petisco, no fundo, um abuso.
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Seu pai, Sr. Miguel, no fim da vida, já deitado na sua cama à espera que a Morte o viesse buscar de limusina, gostava muito de carros grandes o Sr. Miguel, teve um momento de sobriedade mental e falou individualmente com cada um dos filhos, quando chegou a vez de Tomé, mais novo mas maior do que todos os seus outros filhos por estar sempre a comer, seu pai perguntou-lhe, “Como conseguiste convencer a tua avó a petiscar?” e Tomé responde-lhe com a calma de um bebé num corpo desproporcionalmente grande, “Papa, quem não arrisca não petisca”, seu pai sorriu uma ultima vez e fechou os seus olhos descontraído como se agora soubesse tudo o que havia para saber, e faleceu.
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Como é que esta história perdurou até aos dias de hoje, ninguém sabe. Mas que perdurou, perdurou.
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