sábado, 3 de janeiro de 2009

À Terceira é de vez!

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À terceira é de vez. Diz um célebre ditado que remonta à data de 1853, em Santa Comba Dão, quando Jorge, filho de Artur, membros de uma pequena família e muito provavelmente parentes afastados de António Salazar. Adiante, Artur Manuel, tem levado consigo Jorge desde o inicio do mês ao mercado para que este tivesse finalmente conhecimento no terreno do negócio de família, vender sacas de batatas, Artur explicou ao seu filho com a paciência de Jó:
Artur – Meu filho, nós vamos 4vezes por mês ao mercado vender batatas, ao mercador que por sua vez as vende na sua banca (negocio pequeno o da família Manuel).
Jorge – Hã.. Sim!
Artur – Na primeira semana levamos três sacas, na segunda uma, na terceira outra vez três e na quarta levamos duas. É assim que o senhor no mercado quer e é assim que funciona. À primeira são três, à segunda é só uma, à terceira três e à quarta duas. Percebes?
Jorge – Hã.. Sim, Pai!
Criatura simples este Jorge, viu o seu desenvolvimento retido à partida por uma surdez crónica acompanhada por uma imaginação fértil como terra acabadinha de adubar, quando não ouvia bem e não percebia, Jorge inventava. Seu pai, limitava então o seu contributo ao negócio de família ao mero transporte de sacas de batatas, fazendo dele um Jovem, forte vá. Quando Jorge Manuel foi à feira com o seu pai pela terceira vez nesse mês e pela terceira vez na sua vida, Jorge, munido de iniciativa incaracterística, tira da carroça 2sacas de batatas coloca-as no carrinho de mão e avança confiante em direcção ao mercado, apenas as palavras mais confiantes de seu pai o detiveram:
Artur – Jorge, já te tinha dito, “à terceira são três”.
Jorge, inocente, como se nunca tivesse ouvido tal expressão da boca gretada pelo frio de seu velho e paciente pai, diz estupefacto:
Jorge – Como? À terceira é de vez?
Artur – Não, Jorge Manuel, à terceira são três!
Jorge – Ah!
Desse momento em diante Jorge jamais se enganou e à terceira eram três e foi de vez. E a família Manuel, mais por culpa de sua mão que gostava muito de partilhar a sua vida com a vizinhança, toda uma outra história, passou a partilhar este acontecimento com a sua comunidade porque foi das poucas coisas que Jorge aprendeu.
E a expressão “à terceira é de vez” perdurou até aos dias de hoje.
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